sábado, 7 de março de 2009

Jantar do PCP-D.N Madeira

Infalivelmente comunista"
Eduardo Santos perdeu uma vista por ser do PC; 'micas' é comunista "da cabeça aos pés"
Data: 07-03-2009
Eduardo Santos tem menos onze anos do que o PCP e ontem celebrou o 88º aniversário do partido, com a mesma emoção que o levou, aos 16 anos, a tornar-se "infalivelmente comunista".Foi no antigo Liceu Nacional do Funchal, hoje Escola Secundária Jaime Moniz, que Eduardo Santos teve o primeiro contacto com a ideologia comunista. Ontem, vestiu-se a rigor para apoiar os camaradas do partido que conseguiram, pela primeira vez na vida da estrutura regional, levar 2.500 simpatizantes ao pavilhão do Madeira Tecnopólo. "Na Madeira, há vontade de conquistar mais adeptos e de defender a ideologia marxista-leninista", afirma o antigo professor. Sentado numa das mesas dianteiras, Eduardo Santos espalha simpatia. Rendeu-se ao comunismo em tempo de liberdade restrita, aprofundou a ligação ao partido na Universidade, em Coimbra, e acabou por servir o PC na União Soviética. "Em Coimbra, fui preso, deram-me cabo de uma vista, durante os interrogatórios", conta. Não há mágoa nas palavras de Eduardo. É, pelo contrário, o orgulho que sobressai, quando o comunista recorda o convívio com Álvaro Cunhal e o trabalho feito em nome da ideologia comunista. "Ajudei a reformular o PC na Austrália Ocidental e recebi a Medalha de Lenine", recorda.O PCP mudou, mudaram também os militantes do partido e, ontem, o que se viu no Tecnopólo foi, de acordo com os convidados mais velhos, uma nova geração de comunistas. "Este ano temos muitos mais jovens, na nossa festa de aniversário". É a sra. Micas quem fala. Guilhermina Gonçalves, mais conhecida por Micas, não poupa no entusiasmo quando canta a Internacional Comunista. "Sou comunista da cabeça aos pés", sublinha. O motivo para tanta devoção é, explica, a atenção dispensada pela CDU "aos mais fracos, sejam velhos, sejam jovens". A cada mulher, um cravoBem longe do palco onde Edgar Silva acabara de discursar, Lídia Rocha segura com firmeza a bandeira do PCP. Ao seu lado, senta-se o marido. "Não é comunista, mas está aqui para me apoiar", explica a mulher. A distância do palco não faz de Lídia Rocha uma comunista menos convicta. "Sou do PCP desde os 17 anos, no tempo em que não se podia dar a cara", diz a doméstica. Órfã na adolescência, Lídia Rocha e os nove irmãos não tiveram uma vida fácil. "Deixei a escola cedo porque não havia condições para estudar", conta. Se tivesse estudado, Lídia gostaria de aprofundar o seu gosto pela actividade política. "Não me importava de ser candidata pelo PCP", ri-se. Não quis a sorte que fosse política, por isso Lídia Rocha delega todas as suas esperanças em Edgar Silva ou no Leonel Nunes. "Gostava muito que um deles fosse para a Câmara do Funchal", declara. A festa está no auge. As mesas estão compostas com vinhos, sumos e petiscos, enquanto não chega o jantar distribuem-se cravos pelas mulheres. "No PCP somos uma família". Lídia Rocha solta uma sonora gargalhada. A doméstica fica para trás. Três mesas adiante, Idalina Camacho deixou-se "arrastar" pela irmã à festa do PCP. É pouco dada a festas. "Sou do PCP porque eles ajudam muito as pessoas e tratam as mulheres com igualdade". Há dezanove anos, foi o padre Mário Tavares quem casou Idalina Camacho. Ontem, a mulher de 39 anos voltou a cruzar-se com o padre na festa do 88º aniversário do PCP. Discurso: CDU assume-se como alternativa políticaA uma mobilização surpreendentemente forte, Edgar Silva respondeu com um discurso bastante audacioso. Aconteceu, ontem, no 88º aniversário do Partido Comunista. A presença de cerca de 2500 militantes e simpatizantes na festa promovida no Madeira Teconopólo constituiu um marco histórico para o PCP-M, com a prelecção de Edgar Silva a deixar claro que, a partir de agora, a CDU vai ter de ser tida como uma referência incontornável."Pela primeira vez, a partir das últimas eleições regionais, a CDU é a força de oposição cada vez mais importante para as populações", vincou o coordenador regional, fazendo questão de realçar que a Coligação é a terceira força política na Madeira."Não haverá ruptura democrática sem o PCP, sem a CDU. Não haverá alternativa ao Jardinismo sem a CDU", declarou Edgar Silva para ser brindado, logo de seguida, com uma 'chuva de aplausos'. Os comunistas acreditam que é possível apressar o derrube do regime jardinista. Edgar Silva acusou o líder do Governo Regional de ter promovido "um modelo de desenvolvimento que está na base da injustiça social, que não pára de crescer na Madeira". Para o coordenador regional da CDU, não restam dúvidas de que as dificuldades económicas e sociais de hoje resultam dos erros de jardim e "não apenas da crise nacional, nem da crise global do sistema capitalista". A crise foi um dos temas também abordado pelo discurso de Jorge Cordeiro, membro da comissão política do PCP, que destacou os "magros salários" e as "reduzidas pensões de reforma" em Portugal. Numa noite que ficou igualmente marcado por uma saudação às mulheres, Cordeiro mostrou-se bastante satisfeito com a forte adesão dos simpatizantes madeirenses ao aniversário do partido. "Esta presença imensa é um sinal de esperança e de confiança", declarou o dirigente nacional.
Patrícia Gaspar

1 comentário:

  1. Olá Donne, tens aqui um desafio.

    http://cortardadireita.blogspot.com/2009/03/161-5.html

    Cumprimentos.

    Roberto

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